sexta-feira, 21 de março de 2014

SALMO OITO - É ISSO QUE NÓS DEVERÍAMOS CANTAR NOS CULTOS

Se você é um daqueles que despreza os hinos, deixe-me explicar o que é um hino. Esta é uma categoria de música ainda usada nas solenidades públicas. O hino tem o objetivo de enaltecer ou, honrar uma instituição, uma pessoa ou um acontecimento marcante para esse povo. Temos o hino nacional brasileiro, o hino da independência e o hino a bandeira. Cada força armada (marinha, aeronáutica e exercito) tem o seu próprio hino.

Davi fez este hino para instruir o povo de Israel ao que deveriam lembrar em relação a sua história. Hinos sempre nos lembram fatos históricos marcantes. O brasileiro tem um problema sério com essa questão. Geralmente não lembramos de episódios tão marcantes a ponto de nos sentirmos tão patriotas e filhos do Brasil. Talvez, muita gente se lembra de coisas que aconteceram a pelo menos trinta anos atrás.

Você já ouviu falar das passeatas das diretas já, Brasil tetracampeão do mundo, a morte de João Paulo II? Quer dizer, isso não tem muito a ver com o Brasil. Pelo menos não é o que me parece até porque tem muito brasileiro achando que o papa e até Deus é brasileiro. Há sim! A morte de Ayrton Senna. Isso quase todo mundo lembra. Os nosso feriados e comemorações de sete de setembro e quinze de novembro são tão murchos e sem espírito de presença quanto a nossa memoria nacional. Diga-se de passagem, você sabe o que é comemorado no sete de setembro e no quinze de novembro? Que lástima!  

Mas, o povo de Israel tinha muito do que recordar e se "orgulhar enquanto nação. A história dos israelitas é rica principalmente dos relatos de guerras, batalhas e conquistas que até hoje são lembrados com fascinação e espanto. Entretanto, o próprio rei Davi quem corrige didaticamente o povo de Israel. Qual é o evento marcante para os filhos de Deus? A criação que nos revela a soberania e o poder de Deus em todas as coisas e seres que foram criados. O que o povo de Israel nunca poderia esquecer e tirar de sua história? Que os céus proclamam a gloria de Deus (Sl 19: 1). O que importa na consciência do povo não são seus reis, suas conquistas, guerras e os tempos de prosperidade mas, a gloria de Deus. 

Se tem uma coisa que todos nós deveríamos saber e é uma das coisas que este salmo nos ensina é o que cantar nos cultos solenes. Meus caros músicos e líderes de suas respectivas equipes de músicas, se vocês realmente estão interessados em combater as imundícies musicais advinda das cloacas (significa fossa do banheiro) do mercado musical "evangélico", selecione cânticos e hinos que em seu conteúdo expressam não o que fazemos ou desejamos, mas quem é Deus e o que Ele faz. 

O que de fato deve ser destacado em um hino ou cântico? Não deve ser outra coisa ou pessoa a não ser os feitos e o ser de Deus. O que devemos considerar como uma boa música evangélica? Se ela nos lembra de quem é Deus e o que Ele faz por meio de seu filho, para a glória Dele. Tudo começa com Ele e tudo é para Ele. Ele é Deus. Por isso o Salmista começa e termina seu hino dizendo uma frase apenas. SENHOR, Senhor nosso, quão magnifico em toda terra é o seu nome! 

Veja que no meio do salmo ele diz: que é o homem, que dele te lembres E o filho do homem, que o visites?  5 Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste. Mais uma coisa que o salmista nos ensina. O homem deve ser colocado no seu devido lugar na criação. Não cantem para si mesmos seus hipócritas e ainda usam porções das escrituras para disfarçarem a idolatria enrustida no seu coração soberbo e presunçoso. Na boca destes que determinam o repertório evangélico nas igrejas brasileiras não compreendem o que lemos acima. E pior do que isto, tanto não sabem como fazem o povo de Deus se esquecerem de Deus e de seus atributos.

Aqui, há um espaço importante para lembrar a importância dos hinos não só para manter uma tradição ou alimentar saudosismo nas pessoas. O hino é o recurso musical que leva a nossa mente a expressar uma reverência e louvor. Os gregos faziam isso em louvor aos seus deuses e heróis. Em geral, os templos eram locais públicos não apenas para reverenciar os deuses, mas também, para assembleias politicas, audiências públicas e tribunais. Como religião e politica não estavam separados da vida dos gregos, naturalmente entoavam hino para cada momento.

Não foi diferente com o povo de Israel. Da mesma forma, vários salmos são hinos que convocam o povo a reverenciar e louvar ao verdadeiro e único Deus. E, não deve ser diferente com o povo de Deus na nova aliança. Os hinos não devem perdurar porque são considerados patrimônio histórico das igrejas antigas como se fossem meras peças de museu mas, porque a sua didática nos coloca em nosso devido lugar de criaturas em louvor o seu Criador.  

O grande problema que claramente detectamos é que a disposição do coração das igrejas de hoje não é cantar os feitos e o ser de Deus, mas é destacar a si mesmos, suas obras, desejos e necessidades pessoais. Se não destacamos em nosso hinos a pessoa e atributos de Deus, significa que nos esquecemos Dele. Ele não faz parte da nossa adoração. Alguém ou alguma coisa está sendo adorado, menos Deus.

Assim podemos entender que a lástima da amnésia dos brasileiros também é a lástima da realidade espiritual de nossas igrejas. Por isso que hinos estão sendo substituídos por músicas mais comoventes e agitadas.  Você já parou para analisar que a música é um exercício para memória? Os hinos agitam a nossa mente em nos concentrarmos no que está sendo cantado, enquanto que os estilo de música evangélica contemporânea tem provocado mais agitação nas emoções e no corpo das pessoas. Mas, a despeito disso tudo o nome de Deus é magnifico em toda terra e é isto que devemos cantar mais nos cultos.